Matteus fraudou vestibular do IFFAR se declarando preto, confirma instituição
O Instituto Federal Farroupilha (IFFAR) confirmou, em nota oficial, que Matteus Amaral fraudou o vestibular da instituição ao se declarar preto para conseguir vaga por meio das cotas raciais.
Em nota enviada à Contigo!, o IFFAR admitiu fraude de Matteus em vestibular, e frisou que ele se declarou “preto” para conseguir vaga na instituição de ensino.
Veja o comunicado do IFFAR na íntegra:
“Em 2014 o estudante Matteus Amaral Vargas ingressou no curso de bacharelado em Engenharia Agrícola oferecido em conjunto com a Unipampa. A inscrição dele foi feita nas vagas destinadas a candidatos pretos/pardos.
Essas informações constam no Edital no 046/2014, que é público e traz o resultado da seleção desse curso naquele ano. Esse curso, oferecido em conjunto com a Unipampa, não é mais ofertado pelo IFFar desde 2021. O Matteus Amaral Vargas também não é mais estudante do IFFar.
Em relação ao ingresso pelas cotas, é importantíssimo ficar claro que, naquela época, de acordo com a Lei de Cotas de 2012, o único documento exigido para a inscrição nas cotas era a autodeclaração do candidato. Assim como em outras instituições federais de ensino, não havia mecanismo de verificação ou comprovação da declaração do candidato. Os editais, contudo, continham a informação de que, ‘a constatação de qualquer tipo de fraude na realização do processo sujeita o candidato à perda da vaga e às penalidades da Lei, em qualquer época, mesmo após a matrícula’. Não havendo nenhum mecanismo específico de verificação de autodeclaração implantado, possíveis fraudes eram apuradas apenas se houvesse denúncia. Ou seja, alguém deveria fazer uma denúncia formal na Ouvidoria da instituição. Nesse caso, a questão poderia ser investigada internamente, por meio de um processo administrativo normal, que assegurasse ampla defesa de todas as partes. Nenhuma denúncia desse tipo foi feita na época. Também é fundamental esclarecer que a política nacional de cotas foi sendo aperfeiçoada com o tempo, principalmente em razão de denúncias de possíveis fraudes terem surgido em várias instituições, várias delas recebendo ampla cobertura midiática. Um dos mecanismos implantados é a heteroidentificação, adotada pelo IFFar desde as seleções realizadas em 2022 para ingresso em 2023. Atualmente, cada campus do IFFar possui uma comissão composta por três pessoas titulares e duas suplentes que atua em todos os processos de seleção dos estudantes.“
A fraude foi descoberta
A fraude foi descoberta após investigação interna, que constatou que Matteus não tinha autodeclaração racial válida. A instituição já tomou as medidas cabíveis, como uma abertura de um processo administrativo para apurar o caso.
O IFFAR também reforçou seu compromisso com a equidade e a justiça no processo seletivo, e que continuará a combater fraudes e garantir o acesso de estudantes de forma justa e transparente.
O que sabemos até agora?
Em junho de 2024, o ex-BBB Matteus Amaral foi acusado de fraudar o vestibular do Instituto Federal Farroupilha (IFFAR) para se beneficiar das cotas raciais.
A investigação interna do IFFAR confirmou a fraude e a instituição abriu um processo administrativo para apurar o caso.
O jovem foi denunciado ao Ministério Público por falsidade ideológica.
Um ativista de direitos humanos, inclusive, já solicitou a prisão de Matteus. A pena para este tipo de crime pode chegar a cinco anos de reclusão. Vale lembrar que; Matteus ainda não foi condenado. Ele tem direito a um julgamento justo e à presunção de inocência.
Matteus do Alegrete posta story onde é possível ouvir sua mãe falando sobre o caso de fraude por cotas no Instituto Federal. “Já soube que isso aí não da nada. É só esquecer, isso aí não vai dar nada. Se eu me declarei negra, eu sou negra”
Detalhes da fraude:
Matteus se autodeclarou preto no vestibular de 2014.
Não havia mecanismos para checar a autodeclaração na época.
A fraude só foi descoberta após a repercussão do caso na mídia.
Repercussão do caso:
O caso gerou grande debate sobre as cotas raciais no Brasil.
Algumas pessoas defendem medidas mais rigorosas para evitar fraudes.
Outras defendem a importância das cotas para garantir a igualdade de oportunidades.
Casos de fraude na cota racial no Brasil:
Levantamento da GloboNews: Entre 2020 e 2022, houve pelo menos 7 casos de fraude em cotas raciais comprovados por mês em universidades federais, totalizando cerca de 271 ocorrências.
Universidade Federal de Alagoas (UFAL): Entre 2017 e 2020, identificou 113 casos de fraude em cotas raciais.
UFJF confirmou que rapaz ingressou como cotista e estudou até o segundo semestre da 2017. Servidor é exonerado do INSS em Juiz de Fora por fraudar sistema de cotas em concurso público.
Lucas Soares Fontes
Foi comprovado que o rapaz se passou por negro, por isso foi indiciado por falsidade ideológica.
Impacto da fraude:
Prejudica estudantes que realmente têm direito às vagas.
Dificulta a implementação das políticas de ação afirmativa.
Gera desconfiança e descrédito nas cotas raciais.
É importante ressaltar
É importante ressaltar que a grande maioria dos estudantes que ingressam nas universidades por meio das cotas raciais faz isso de forma legítima. A fraude é um problema minoritário, mas que precisa ser combatido para garantir a justiça e a eficácia das políticas de ação afirmativa.
No entanto, é importante destacar que diversos esforços estão sendo feitos para combater esse problema, como:
* Criação de comissões de heteroidentificação: essas comissões são responsáveis por verificar a autodeclaração racial dos candidatos às cotas.
* Realização de investigações internas pelas universidades: as universidades apuram denúncias de fraude e aplicam sanções aos responsáveis.
* Ações do Ministério Público Federal (MPF): o MPF ajuíza ações contra fraudadores.
Além disso, é fundamental promover a educação e a conscientização sobre a importância das cotas raciais e os riscos da fraude.
Com o aprimoramento das medidas de combate à fraude e a mudança de mentalidade da sociedade, é possível esperar que esse problema diminua significativamente no futuro.
É importante lembrar que as cotas raciais são uma ferramenta importante para combater o racismo estrutural e promover a equidade racial no Brasil.
As fraudes não devem ser utilizadas como argumento para deslegitimar essa política, mas sim para aperfeiçoá-la e garantir que ela seja utilizada de forma justa e eficaz.
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